sábado, 30 de abril de 2011

Sobre a cocaína

Cocaína

O que é e como é produzida?
Uma droga estimulante feita com folhas de coca, uma planta do altiplano dos Andes. A planta é processada de modos diferentes para a obtenção de tipos distintos da droga. A primeira parte é a pasta básica de cocaína, que é uma massa formada pelas folhas, ácido sulfúrico e querosene é a forma mais comum que é cheirada ou injetada. 

A cocaína 'freebase' (base isolada em éter depois de tratada com sal dissolvido em água com amônia) pode ser fumada, e o crack, um tipo de 'freebase' em forma de pequenas pedras, também fumado. A merla é o que sobra do 'freebase', acrescido de querosene, ácido sulfúrico, água de bateria de carro, gasolina, benzina, metanol, cal virgem, éter e pó de giz. Uma droga mais destrutiva que o crack porque pode provocar hemorragia cerebral, alucinações, delírios, convulsão, enfarte cardíaco e morte. Custam metade do preço do crack, que por sua vez já é muito mais barato que a cocaína.

Onde e como é usada
Ela é cheirada ou injetada com o usuário escondido no banheiro de boates, de baladas ou na própria casa, até em locais onde grupos de usuários se reúnem para essa finalidade. Atualmente há relatos de pessoas usando durante shows, em estádios esportivos cheios enquanto assistem a um esporte, e até mesmo em carros em movimento.
Para injetar usam seringas descartáveis, que na maioria das vezes não são descartadas, e passa de uma pessoa a outra. Foi um dos meios pelos quais a AIDS contaminou muitos usuários. Quando já estão no processo de injeções nas veias e acaba o líquido que dilui o pó, os usuários usam qualquer líquido que encontram.
A cocaína é esfarelada em pó com algo muito cortante (gilete), colocada numa superfície lisa e seca (vidro, espelho, mármore, etc.) e cheirada através de um tubinho feito em geral na hora com o material que tiver (notas de dinheiro, papéis lisos e firmes, canudos etc.). O usuário aspira fortemente com uma das narinas, enquanto tapa a outra.

Quais os efeitos?
Em poucas quantidades (até um grama), os efeitos podem durar de minutos a poucas horas: sentir-se bem e confiante; ficar excitado ou preocupado; aumenta a euforia, hiperatividade e desibinição; expõe-se a riscos que normalmente não se exporia; senti bem menos fome (geralmente nenhuma); torna-se mais agressivo; aumenta o desejo sexual (mas pode atrapalhar o desempenho); coração acelerado; aumento da temperatura corporal; as pupilas aumentam. Mas com o aumento do uso podem surgir disforia (perturbação da euforia), diminuição do juízo crítico, idéias de grandeza, impulsividade, hipersexualidade, excitação psicomotora, anorexia, diminuição da necessidade de dormir, ataque de pânico e chega a desencadear quadros psicóticos maníacos. Em grandes quantidades: dor de cabeça, tontura, impaciência; dificuldade de concentração; perda do interesse por sexo (ou ter a ereção impossibilitada); dores no peito; convulsão; ataque cardíaco; overdose; psicose (ouvir vozes, imaginar coisas e ter medo de ser machucado); depressão; AVC (derrame) - se a pessoa tem uma alteração arteriovenosa nos vasos cerebrais (ex: aneurisma, que é uma dilatação de uma artéria), o AVC pode ocorrer mesmo com pequenas doses.

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Identificando o usuário
É freqüente os usuários fazerem uso de cocaína por vários dias seguidos, sem parar. Pode piorar para quadros neurológicos que causam movimentos descoordenados, ranger dos dentes e da mandíbula (bruxismo), descaso com os cuidados pessoais; surgem idéias delirantes de perseguição, alucinações visuais e auditivas, e pode ocasionar convulsões, arritmia cardíaca, parada respiratória e morte. Não há muito como disfarçar o uso do pó, mas, para cortar os efeitos exagerados, os usuários costumam beber bebidas alcoólicas em grande quantidade e/ou outras drogas. Em geral, usuários de cocaína tendem a ficar instáveis mentalmente, apresentando comportamento mais impulsivo e irritadiço. O consumo no trabalho pode deixar o usuário muito eufórico numa reunião, agressivo noutra e, não raro, deprimido após o efeito do entorpecente.

Quando pode ocorrer overdose e o que acontece?
Overdose é quando se absorve uma dose próxima ou superior à letal, que é variável, mas não é pequena. As reações incluem coração acelerado, irregular ou fraco, problemas para respirar, insuficiência cardíaca e hemorragia nos vasos sangüíneos cerebrais. Pode ocorrer morte.

Os efeitos do crack são os mesmos?
Sim, mas como é fumado, são sentidos mais rápida e intensamente, a dependência acontece em um período curto e os efeitos podem ser exacerbados. A depressão que se segue ao uso é mais profunda e existe mais probabilidade de psicose. A droga é associada a incidentes provocados pela violência de seus usuários. Todos os riscos são muito maiores.

A dependência é rápida?
É um processo que não depende apenas das características a droga, mas também do indivíduo e das circunstâncias. Portanto, não se pode afirmar se e em quanto tempo vai se dar. Nem todos ficam dependentes. Alguns não gostam do 'barato', outros ficam assustados e outros desistem de usar. Os que repetem a experiência com mais freqüência podem desenvolver dependência em poucos meses.

O que é a abstinência e como ela se dá?
Desejo intenso pela droga; nervosismo ou preocupação; náusea; vômito; tremedeira; fadiga; fome; sono longo, mas agitado; dores musculares; depressão profunda; desejo de suicídio. Os sintomas são bastante variáveis, sendo mais comumente psíquicos, de ansiedade e depressão em graus variáveis. Cerca de 50% dos dependentes não relatam tais sintomas. O risco de suicídio está presente tanto na reação depressiva que se segue à intoxicação aguda como na fissura, ou quando ocorrem os sintomas depressivos na abstinência. A diferença da fissura e da síndrome de abstinência é que a primeira pode ocorrer mesmo muito tempo após a interrupção do uso, porém, os episódios tendem a ficar mais brandos e menos freqüentes.

Existe tratamento?
Sim. Abordagens psicossociais e avaliação por um psiquiatra são indicadas. Há medicamentos que diminuem a fissura. Antidepressivos podem ser receitados para amenizar a depressão que surge com a abstinência. Existem algumas drogas promissoras: dissulfiram, topiramato e metilfenidato. Neurolépticos e anticonvulsivantes são utilizados para minimizar a impulsividade, que associada à fissura muitas vezes leva à recaída.

Qual o risco de uso na gravidez?
Pode aumentar o risco de aborto e parto prematuro. Os bebês tendem a ter baixo peso. Não há muitos estudos sobre os efeitos de longo prazo nessas crianças.

O que acontece se a cocaína for misturada a outras drogas?
Isso pode causar dependência de várias substâncias e aumentar o risco de overdose. A associação de cocaína e álcool é a mais comum, sendo quase impossível um dependente de cocaína parar de cheirar sem parar de beber.

Conseqüências em longo prazo

Nariz: Cheirar cocaína pode causar hemorragia e outros problemas nasais.

Fígado e Coração: Injetar cocaína por longos períodos pode resultar em obstrução dos vasos sanguíneos, levando a sérias complicações no fígado e coração.

Sistema Respiratório: Fumar crack pode causar dificuldades de respiração, tosse persistente, dor no peito e danos aos pulmões (especialmente pneumonia e tuberculose).

Doenças Associadas: Seringas usadas e sujas aumentam o risco de adquirir hepatite B e C e/ou AIDS, septicemia e abscessos na pele. Pessoas sob intoxicação não costumam ter sexo com preservativos, o que aumenta os riscos de contrair doenças. 

FONTE: Grupo de prevenção as drogas – GPRED - Policia Federal – Rio Grande do Sul. Para acessá-los e saber mais sobre o trabalho que realizam clique AQUI