Era madrugada, eles não sabiam o que fazer para conseguir dinheiro, precisavam de dinheiro, sem dinheiro não havia droga. Era um grupo de cinco, um garoto, dois rapazes, uma senhora e uma jovem, já estavam se drogando há horas, alguns há dias, quase que ininterruptamente.
Eles viram a barraquinha de frutas ao longe, havia um senhor tomando conta dela. Mais dormindo que acordado. A jovem tem uma idéia, ela se aproxima da barraca e puxa conversa com o senhor, se oferece por cinco reais, ele concorda e a leva para trás da barraca.
Enquanto isso, a senhora, macaca velha naquele mundo, se aproxima da barraca e rouba todo o dinheiro que lá há, e se manda, os outros vendo que teriam droga a acompanham. O moleque cumpre seu dever, e vai buscar a pedra, enquanto ela brinca com os outros dois, eles sabem que terão a sua recompensa mesmo tendo que suportar aquela mulher os tocando, a perspectiva da droga os fazia tolerar.
O moleque chega e entrega a droga a senhora, seus corações aceleram, ela tira seu cachimbo, um cachimbo feito com a capsula de uma bala, a capsula era furada em um dos lados no qual se encaixava um pedaço de antena e fechado em cima com papel alumínio no qual eram feitos vários pequenos furos onde era colocada a cinza e sobre ela a pedra, para fixar os pedaços usava plástico derretido.
Ela deu o primeiro trago, e passou o aparato para o jovem que melhor fingiu gostar dela, sobre ele colocou um generoso pedaço, e assim foi sucessivamente, cachimbo de boca em boca. Quando a droga acabou, os rapazes tomaram seu rumo e largaram à senhora encostada em um banco de praça.
A droga importava tanto que nem mesmo notaram a falta da jovem que havia ficado na barraca ‘entretendo’ o senhor. Os rapazes então se lembraram dela, quem sabe ela teria conseguido mais, ao irem em direção a barraca, o último lugar no qual a haviam visto, assustaram-se. Na barraca havia vários carros de policia, e no chão, um corpo coberto com um plástico negro.
O senhor da barraca havia sido morto com a própria faca que usava para cortar frutas para os seus clientes, a moça não havia escapado, os policiais a prenderam. Ela avistou o resto do grupo que estava com ela antes e os apontou para os policiais. O garoto escapou, um dos jovens acabou alvejado pelos policiais, o outro foi levado, não sem antes apanhar como nunca apanhou na vida, e ele sabia que se abrisse a boca morreria. Naquela noite o garoto se encontrou novamente com aquela senhora pelas ruas, e juntos fumaram, fumavam enquanto esperavam a sua vez.
Um bom conto é pico certeiro na veia.”
ResponderExcluir(D. Trevisan, mas poderia ser meu Mlle.B)
Que coisa arrepiante...
ResponderExcluirNão sei se é conto ou se tem um fundo de verdade, mas são coisas que vão acontecendo nesse submundo da droga.
Parabéns pelo artigo
Abs
Oi Emilia, fico muito contente com sua visita e participação! Os contos se baseiam em fatos reais, com um pouco de ficção é claro, são histórias que ouvi, vi, e vivi enquanto estava afundado neste mundo de trevas. Espero que tenha gostado e possa sempre estar conosco, tenha uma ótima semana!
ResponderExcluirAbraço,
Olá Ademar!
ResponderExcluirHistória chocante, mas que mostra os riscos que as pessoas correm por causa do vício. Infelizmente, como já falamos, o vício passa a ser mais importante do que a própria vida. Os viciados perdem tudo! A vida é apenas uma consequência...
Grande beijo,
Jackie
Jackye que bom que voltaste, sinal que gostou. E isso me deixa muito, muito feliz. Você foi perfeita: "Os viciados perdem tudo! A vida é apenas uma consequência..."
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